Powered By Blogger

sexta-feira, dezembro 09, 2011

Texto 1

Multidões passavam e ninguém o olhava, porque? Era o que se perguntava. Estava ali naquele inverno rigoroso, sem casa, sem comida, sem família e ninguém ao menos se importava.
O que as pessoas achavam dele? Deveriam estar a pensar que era somente um mendigo sem importância. Mas alguém parava pra pensar que talvez ele tivesse tido infância? Obviamente não, ninguém se importava, apenas passava, alguns olhavam, davam ate moedas, mas no fundo ele sabia que ninguém se importava com ele. Era pena e de pena vivia, da pena daqueles que nem o olhavam. E pensar que um dia já teve tudo e não deu valor, gritava com a mãe dizendo que para ele não importava, nada tinha valor. O tempo passou, criança deixou de ser, cresceu e percebeu que tudo que ela falava tinha razão. Que saudades tinha da mãe, que hoje nem mais existia. Que saudades da avó que o abraçava e dizia:
- Neto meu, segure sua linguá, um dia você poderá perceber que tudo que não deu valor agora, será importante na sua vida.
E assim mais um dia se foi e ninguém o olhou, quem olharia? Se morre-se ali, agora, ninguém se importaria.
E enquanto criança não se importa, quantas vezes sua mãe gritava:
- Não gaste comida!
E assim a infância passou, o tempo se foi e agora ali abandonado, sentia falta da família.

Nenhum comentário:

Postar um comentário